Especialistas se preocupam com segurança de marca-passos e desfibriladores
Convertido em aliado de jihadistas, um sargento das Forças Armadas consegue informações sobre o marca-passo usado pelo vice-presidente dos Estados Unidos e as repassa para um hacker. O criminoso digital, então, usa os dados para, a distância, provocar o mau funcionamento no aparelho, matando o número dois do Executivo americano. O crime perfeito é uma das cenas do seriado norte-americano Homeland e pode parecer apenas fruto da — muito — fértil imaginação dos roteiristas. No entanto, trata-se de uma ação plausível, que preocupa integrantes de governos e cientistas na vida real.
No fim do ano passado, o governo dos EUA iniciou uma investigação sobre a vulnerabilidade de mais de 20 dispositivos médicos, incluindo os implantes cardíacos. Outros equipamentos suscetíveis à manipulação incluem desfibriladores, bombas de anestesia e sistemas de imagens médicas, além das redes integradas de hospitais. O que torna essas máquinas suscetíveis à invasão é justamente sua avançada tecnologia. Hoje, há marca-passos munidos de transmissores que fornecem, via internet, dados para o computador do médico. Assim, é possível acompanhar a evolução do paciente e realizar ajustes necessários.
O problema é que, se há essa comunicação entre aparelhos e computadores, são necessários cuidados com segurança, alertam especialistas. O que nem sempre acontece. Também no ano passado, autoridades americanas descobriram que cerca de 300 dispositivos produzidos por 40 empresas tinham senhas fixas e imutáveis, tornando-os mais fáceis de serem invadidos e reconfigurados por alguém mal-intencionado. Além disso, em alguns modelos, as alterações feitas não podem ser identificadas. Por precaução.